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Jararaca e coruja-orelhuda são resgatadas pelo Grupamento Ambiental

19/01/2024

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Créditos: Divulgação

O Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) Ipson Pavani da Guarda Civil Municipal (GCM) resgatou uma coruja-orelhuda (Asio clamator) e uma jararaca (Bothrops jararaca). Os resgates ocorreram nesta sexta-feira, 19 de janeiro.

A coruja foi encontrada em frente a uma escola no bairro Morro do Espelho após o GDA ser acionado pelo vigia do colégio pelo telefone 153. A ave apresentava ferimentos na pata esquerda e no olho direito. Ela também foi encaminhada para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e será avaliada. Além disso, o animal passará por um processo de reabilitação com o objetivo de devolvê-la à natureza.

A serpente mede cerca de 80cm e estava no pátio de uma empresa, no bairro Fazenda São Borja. Foi visualizada na noite e um vigilante ficou monitorando o arbusto onde o animal se escondeu até a chegada dos agentes do GDA. Ela apresentava aspecto saudável e foi encaminhada ao Ibama, em Porto Alegre, para tratamento adequado e posteriormente ser devolvida ao seu habitat.

Capacitação
Agentes do GDA participaram recentemente de uma capacitação para resgate e manejo de animais silvestres no Zoológico Municipal de Canoas. O treinamento ocorreu em maio de 2022 e contou com a participação de cinco agentes do grupamento. A atividade foi coordenada pela bióloga Gabriela Souza e pela veterinária, Isadora Favreto. Ambas atuam no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do zoo.

Reinserção
Em setembro de 2021, o GDA auxiliou uma equipe do Zoológico Municipal de Canoas na soltura de uma coruja da mesma espécie, que também havia sido resgatada no município. Depois do processo de reabilitação ela foi solta na Base Ecológica do Rio Velho, bairro Vicentina.

Acidentes com animais peçonhentos
De acordo com o Ministério da Saúde, a espécie Bothrops jararaca é a maior causadora de acidentes com cobras no país, o que representa 69,3% das picadas registradas no Brasil. Os principais sintomas da picada de uma jararaca adulta em humanos são dor e inchaço local, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento no ferimento. Também podem ocorrer sangramentos em mucosas como nas gengivas. As complicações podem provocar infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal.

A orientação é não ferir nem matar o animal. Conforme o artigo 29 da lei 9605/98, matar, perseguir, capturar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida gera detenção de seis meses a um ano e multa. Em caso de contato com alguma espécie a GCM pode ser acionada pelo telefone 153.

A Secretaria Municipal da Saúde (Semsad) orienta que em casos de picadas de animais peçonhentos a pessoa seja levada imediatamente para o Hospital Centenário.

O que fazer em caso de acidente com animais peçonhentos
- Procure atendimento médico imediatamente.

- Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras.

- Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão, mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro.

- Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados.

- Não amarre torniquete no membro ferido e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada.

- Não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.

Jararaca (Bothrops jararaca)
De acordo com informações do site do Instituto Butantã (butantan.gov.br), a jararaca (Bothrops jararaca) é uma das serpentes mais comuns do sudeste Brasil, mas há várias espécies de jararacas (gênero Bothrops) espalhadas por todo o país. Ela pode ser encontrada da Bahia até o Rio Grande do Sul, associada à Mata Atlântica, e eventualmente em algumas regiões do Paraguai e da Argentina que fazem fronteira com o Brasil. As fêmeas da espécie são maiores que os machos: elas alcançam cerca de 1,5 metro de comprimento, ao passo que eles podem chegar a até 1 metro. A reprodução é vivípara, ou seja, ela abriga os ovos no seu interior.

Uma característica típica dessa serpente é o seu policromatismo: isso significa que seu padrão de cores varia de cobra para cobra, com tons marrons escuros ou claros, verdes, acinzentados ou amarelos. Além disso, ela possui desenhos em forma de ferradura na lateral do corpo com diferentes cores, geralmente mais escuros que o restante dos membros.

Ela caça principalmente à noite, quando fica à espreita de suas presas, com seu corpo enrodilhado e com a cabeça preparada para o bote. Seus hábitos de forma geral são terrestres, mas ela também pode ser encontrada em locais mais altos, a até 1 metro do chão.

Os alimentos preferidos da jararaca são pequenos mamíferos, mas quando jovem ela costuma comer lagartos e lacraias. Por esse motivo, seu veneno muda de acordo com a idade: o dos juvenis têm ação anticoagulante sanguínea, mas na fase adulta a ação inflamatória é mais intensa.

Coruja-orelhuda (Asio clamator)
É uma espécie relativamente comum no Brasil, vive em habitats abertos e semiabertos, como campos naturais com árvores esparsas, cerrado, borda de matas, áreas rurais e parques urbanos. Apesar da ampla distribuição, é uma coruja discreta, facilmente subamostrada em campo. É principalmente noturna, tornando-se ativa já no pôr-do-sol, gosta de caçar roedores e outros pequenos mamíferos. Também conhecida como mocho-orelhudo e coruja-gato.

Em menor frequência, também caça morcegos, lagartos, aves e insetos. Caça a partir de um poleiro, observando a presa e se atirando em seguida. Costuma pousar sobre mourões de cerca ou postes à espreita de suas presas. Aproveita a luminosidade lunar para aumentar as chances de capturar uma presa noturna, como roedores e marsupiais.

[Fotos: Divulgação | Texto: Rodrigo Machado – Jornalista MTb.14.433 | Scom/ PMSL]

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